Exposições

Eu florio
Tu floris
Nós Flor&Sermos

Verbo do infinito
no instante inacabado
Sem limite, nem fronteira
A sementre colorida floresce
flor és
Florescer
Flor é Ser

(Poema escrito nas flores do ipê amarelo
agosto 2021 – Carol Mondin)

Há encontros que precisam de palavra única para se revelar em inteireza de potência, cor e sensibilidade.

Na duração inacabada – e eterna- entre uma semente de sinfonia imagética e brotos de jardim de memórias futuristas, somos acarinhados pela FlorEssência de Nadia Starikoff e Valéria Borges.

Um mergulho corajoso, curador e necessário dessas duas artistas que entregam o mais profundo da alma em pinceladas que passeiam pelas telas dançando a melodia da beleza e do amor. Amor pela vida, natureza e infinitas possibilidades das sementes que plantam e flor serão.

Um acalanto, um sossego e um suspiro para nos relembrar – entre cores e poesias – que somos seres inacabados, sempre prontos para o que veio e virá, afinal, Ser é Flor e Flor é Ser. Florescer.

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Florescer. Flor é Ser é um recorte de multiversos desse caleidoscópio artístico e único, quando desses reencontros,sobretudo, humanos.

O início é a obra “Jardineira do Mundo”, semente da peregrinação artística de Nadia, em co-criação com a poeta Carol Mondin, para a exposição “Aurorar” de 2015.

Seguimos para o broto, o útero feminino, fonte de toda força criativa, com a exposição “Matryoshkas Contemporâneas”, uma coleção de bonecas pintadas com ancestralidade, resgates, memórias e amor incondicional, exibidas entre 2018 e 2019.

Frutificamos a arte e a sábia abundância divina traz Valeria Borges para a criação conjunta dos “Jardins do Imaginário”, exposição de 2021 que nos enche os sentidos com a obra “Sinfonia”, uma ode a harmonia, união e coexistência, uma busca de conforto para reconfortar todas as criações desse universo jardim.

Entre ciclos que têm início, presença e fim, parece que nunca estamos prontas, mas a vida é um convite e a arte é permissão e possibilidade de florescer.

Bem-vindas à Florescer. Flor é ser.

Extremos (Novembro 2018). Pinturas de Cirton Genaro

Curadoria: Jacob Klintowitz
Cirton Genaro.

A escritura do mundo e a construção do mito Alguns raros artistas desafiam a lógica do mundo social e se tornam, apesar deles mesmos, paradoxais. Cirton Genaro é um destes. Como é possível elaborar uma pintura com a pincelada, a composição e o cuidado renascentista e ter como assunto os cenários da tragédia humana contemporânea? E, no entanto, estas cenas fronteiriças do abismo se revestem da dignidade da reflexão e do seu caráter paradigmático e simbólico. Em nenhum momento estamos diante do episódico. E, na minuciosa descrição do caos, o artista nos impregna de poesia oriunda do caráter simbólico de suas imagens. E a extrema qualidade pictórica de sua saga visual é, por si só, um símbolo, pois com a conquista humana da linguagem confronta a entropia. Certamente para Cirton Genaro, mestre pintor, não existem assuntos menores e menos nobres. E com esta atitude ele é exemplar das conquistas libertárias da arte: a nobreza não pertence ao assunto ou ao suporte, mas ao tema pictórico. E ao não ceder à tentação do consumo e a sua superficialidade perecível, ele se torna adepto da mais antiga tradição cultural conhecida, a da arte como narração do destino humano. É por esta filiação histórica que Cirton Genaro na sua pintura nos dá a sensação de que estamos diante de alguma coisa muito atual e, ao mesmo tempo, de que nos defrontamos com uma expressão do permanente. Ele está narrando o mundo. A sua arte é uma escritura. E esta escritura é filha de Cronos, pois é uma crônica, o registro do nosso percurso no tempo. Os arqueólogos do futuro poderão encontrar nessas pinturas sinais da nossa civilização. Em Cirton Genaro o cotidiano se torna mito. Com estes atributos a pintura de Cirton Genaro se apresenta como um elemento construtor da nossa visualidade. A qualidade é resultado – além da óbvia dedicação ao estudo – da crença de que a arte é fundamental na história das civilizações e que a função do artista se inicia com a responsabilidade do seu trabalho. Não se trata de carreira, mas de destino. Seria possível identificar em cada uma de suas invenções pictóricas elementos visuais que nos remetam diretamente para os arquétipos da formação do psiquismo, como o arco-íris, semicírculo que têm simbolizado a aliança entre os homens e os Deuses; o barraco em favela tornado Piet Mondrian, arte xamânica ; o canto da cidade contaminada, a margem, transformada pela riqueza cromática em à margem da vida. E, assim, se quisermos, sucessivamente, ao longo dessa iconografia. Entretanto, tenho a convicção de que basta para nós neste momento sabermos que estamos diante do que de melhor um artista pode fazer, transformar o seu testemunho em forma.

[Por Jacob Klintowitz]

Extremos (Novembro 2018). Pinturas de Cirton Genaro

Curadoria: Jacob Klintowitz
Cirton Genaro.

A escritura do mundo e a construção do mito Alguns raros artistas desafiam a lógica do mundo social e se tornam, apesar deles mesmos, paradoxais. Cirton Genaro é um destes. Como é possível elaborar uma pintura com a pincelada, a composição e o cuidado renascentista e ter como assunto os cenários da tragédia humana contemporânea? E, no entanto, estas cenas fronteiriças do abismo se revestem da dignidade da reflexão e do seu caráter paradigmático e simbólico. Em nenhum momento estamos diante do episódico. E, na minuciosa descrição do caos, o artista nos impregna de poesia oriunda do caráter simbólico de suas imagens. E a extrema qualidade pictórica de sua saga visual é, por si só, um símbolo, pois com a conquista humana da linguagem confronta a entropia. Certamente para Cirton Genaro, mestre pintor, não existem assuntos menores e menos nobres. E com esta atitude ele é exemplar das conquistas libertárias da arte: a nobreza não pertence ao assunto ou ao suporte, mas ao tema pictórico. E ao não ceder à tentação do consumo e a sua superficialidade perecível, ele se torna adepto da mais antiga tradição cultural conhecida, a da arte como narração do destino humano. É por esta filiação histórica que Cirton Genaro na sua pintura nos dá a sensação de que estamos diante de alguma coisa muito atual e, ao mesmo tempo, de que nos defrontamos com uma expressão do permanente. Ele está narrando o mundo. A sua arte é uma escritura. E esta escritura é filha de Cronos, pois é uma crônica, o registro do nosso percurso no tempo. Os arqueólogos do futuro poderão encontrar nessas pinturas sinais da nossa civilização. Em Cirton Genaro o cotidiano se torna mito. Com estes atributos a pintura de Cirton Genaro se apresenta como um elemento construtor da nossa visualidade. A qualidade é resultado – além da óbvia dedicação ao estudo – da crença de que a arte é fundamental na história das civilizações e que a função do artista se inicia com a responsabilidade do seu trabalho. Não se trata de carreira, mas de destino. Seria possível identificar em cada uma de suas invenções pictóricas elementos visuais que nos remetam diretamente para os arquétipos da formação do psiquismo, como o arco-íris, semicírculo que têm simbolizado a aliança entre os homens e os Deuses; o barraco em favela tornado Piet Mondrian, arte xamânica ; o canto da cidade contaminada, a margem, transformada pela riqueza cromática em à margem da vida. E, assim, se quisermos, sucessivamente, ao longo dessa iconografia. Entretanto, tenho a convicção de que basta para nós neste momento sabermos que estamos diante do que de melhor um artista pode fazer, transformar o seu testemunho em forma.

[Por Jacob Klintowitz]

Casa: Modo de Usar (Fevereiro 2019). Gravuras de Heidi Diniz

Curadoria: Jacob Klintowitz

O fragmento da narrativa é uma narrativa.

É preciso notar o quanto é encantadora a leitura do mundo que a arte de Heidi Diniz faz. A artista identifica as partes do todo, o detalhe do plano geral, o fragmento da narrativa, e com esta minúcia, essa coisa isolada do todo e que, por isso mesmo, nos lembra da totalidade, não reconstrói o mundo. Ao contrário, ela o descontrói, mas acrescenta dezenas de novos universos ao cosmo existente e visível. Cada detalhe é um ser independente. Heidi Diniz tem o olhar dos artistas metafísicos, pois torna o tempo uma entidade imóvel. A sua obra é o percurso de um procedimento mental e analítico. Nada se move, apenas está diante de nós uma imagem, um objeto ao qual não se agrega valor, história particular, passado ou qualquer tipo de prognóstico. Eles não estão projetados no tempo, pois são o que são. É um estar eterno. O fragmento da narrativa é uma narrativa. O olhar da artista encontra uma estrutura arquitetônica com a qual o seu sentimento se identifica e para entender melhor esta construção, a casa, e a si mesmo, o corpo e a mente, observa parte por parte, desmonta as conexões e vê os detalhes como formas únicas, independentes, autônomas. Desmembra a casa, disseca o corpo, atomiza o olhar e a mente. A história da casa e a história do ser. Este procedimento analítico, paradoxalmente sentimental, de Heidi Diniz é a ação do artista que transforma as suas vivências em histórias simbólicas e proféticas de nossa época, na qual o indivíduo permanentemente está anulado pela estrutura do permanente, a organização piramidal social, a rigidez dos elementos e rituais da vida cotidiana. Em Heidi Diniz a pesquisa é uma verificação do regulamento opressor. Desmontar peça por peça é extinguir a onipresença majestosa do conjunto, daquilo que existe como estrutura definitiva e examiná-la com o olho e o vislumbre da intuição. Desmontadas, as peças são apenas visualidades, seres autônomos, sem história, sem conexões. Seres ontológicos anteriores à função. Não têm o formidável poder ideológico que o conjunto, como entidade pronta, fechada, absoluta, tem. O castelo, constante símbolo do fechamento, isolamento, opressão. O confinamento do homem triste e solitário. Individualizadas, cada uma de per si, as formas são aparentemente inofensivas em seu confronto com o conceito ameaçador e hermético do castelo com o seu fosso, a muralha, a torre dos prisioneiros. Maçaneta, vaso sanitário, caixa de perfumaria, toalha, porta, conduto de lixo, piso, torneira. Peças inocentes, mas guerreiros temíveis. Centenas de gravuras e colagens de tecido com detalhes do espaço doméstico. Cada detalhe vale por si mesmo, como uma forma plena e completa. A técnica de alta qualidade a serviço do sentimento. Gravura em metal, colagem de tecidos. A artista faz e refaz o tecido policromático do seu psiquismo.

[Por Jacob Klintowitz]

Casa: Modo de Usar (Fevereiro 2019). Gravuras de Heidi Diniz

Curadoria: Jacob Klintowitz

O fragmento da narrativa é uma narrativa.

É preciso notar o quanto é encantadora a leitura do mundo que a arte de Heidi Diniz faz. A artista identifica as partes do todo, o detalhe do plano geral, o fragmento da narrativa, e com esta minúcia, essa coisa isolada do todo e que, por isso mesmo, nos lembra da totalidade, não reconstrói o mundo. Ao contrário, ela o descontrói, mas acrescenta dezenas de novos universos ao cosmo existente e visível. Cada detalhe é um ser independente. Heidi Diniz tem o olhar dos artistas metafísicos, pois torna o tempo uma entidade imóvel. A sua obra é o percurso de um procedimento mental e analítico. Nada se move, apenas está diante de nós uma imagem, um objeto ao qual não se agrega valor, história particular, passado ou qualquer tipo de prognóstico. Eles não estão projetados no tempo, pois são o que são. É um estar eterno. O fragmento da narrativa é uma narrativa. O olhar da artista encontra uma estrutura arquitetônica com a qual o seu sentimento se identifica e para entender melhor esta construção, a casa, e a si mesmo, o corpo e a mente, observa parte por parte, desmonta as conexões e vê os detalhes como formas únicas, independentes, autônomas. Desmembra a casa, disseca o corpo, atomiza o olhar e a mente. A história da casa e a história do ser. Este procedimento analítico, paradoxalmente sentimental, de Heidi Diniz é a ação do artista que transforma as suas vivências em histórias simbólicas e proféticas de nossa época, na qual o indivíduo permanentemente está anulado pela estrutura do permanente, a organização piramidal social, a rigidez dos elementos e rituais da vida cotidiana. Em Heidi Diniz a pesquisa é uma verificação do regulamento opressor. Desmontar peça por peça é extinguir a onipresença majestosa do conjunto, daquilo que existe como estrutura definitiva e examiná-la com o olho e o vislumbre da intuição. Desmontadas, as peças são apenas visualidades, seres autônomos, sem história, sem conexões. Seres ontológicos anteriores à função. Não têm o formidável poder ideológico que o conjunto, como entidade pronta, fechada, absoluta, tem. O castelo, constante símbolo do fechamento, isolamento, opressão. O confinamento do homem triste e solitário. Individualizadas, cada uma de per si, as formas são aparentemente inofensivas em seu confronto com o conceito ameaçador e hermético do castelo com o seu fosso, a muralha, a torre dos prisioneiros. Maçaneta, vaso sanitário, caixa de perfumaria, toalha, porta, conduto de lixo, piso, torneira. Peças inocentes, mas guerreiros temíveis. Centenas de gravuras e colagens de tecido com detalhes do espaço doméstico. Cada detalhe vale por si mesmo, como uma forma plena e completa. A técnica de alta qualidade a serviço do sentimento. Gravura em metal, colagem de tecidos. A artista faz e refaz o tecido policromático do seu psiquismo.

[Por Jacob Klintowitz]

"Nada é absoluto, tudo se transforma, tudo se move, tudo revoluciona, tudo voa e se vai." (Frida Kahlo)

horário de visitação

FlorEssência

1. O que não nos pertence (Março, 2018). Exposição coletiva, Ponto Ateliê: Marisa Hypolito, Andrea Tavares e Heidi Diniz.

2. Basílica (Julho 2018). Águas fortes de George Rembrandt Gutlich.

3. Imaginário (Setembro 2018). Exposição + Grafite Live AlemãoArt e Tanza Produções.

4. Extremos (Novembro 2018). Pinturas de Cirton Genaro.

5. Casa: Modo de Usar (Fevereiro 2019). Gravuras de Heidi Diniz.

6. Encontros - o café como mediador poético (Junho 2019).

7. Retrospectiva Hannelore Jacobowitz (Agosto 2019)

8. A cor como princípio | Luís Castañon Retrospectiva (Fevereiro 2020)

9. Café na Montanha (Março 2019).

10. Mensagens Utópicas (Outubro 2020).

Fique por dentro:

Informações:

Formas de pagamento:

© 2024 Gansaral Comedoria Alemã e Casa de Cultura - Todos os direitos reservados.

"Nada é absoluto, tudo se transforma, tudo se move, tudo revoluciona, tudo voa e se vai." (Frida Kahlo)

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1. O que não nos pertence (Março, 2018). Exposição coletiva, Ponto Ateliê: Marisa Hypolito, Andrea Tavares e Heidi Diniz.

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3. Imaginário (Setembro 2018). Exposição + Grafite Live AlemãoArt e Tanza Produções.

4. Extremos (Novembro 2018). Pinturas de Cirton Genaro.

5. Casa: Modo de Usar (Fevereiro 2019). Gravuras de Heidi Diniz.

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7. Retrospectiva Hannelore Jacobowitz (Agosto 2019)

8. A cor como princípio | Luís Castañon Retrospectiva (Fevereiro 2020)

9. Café na Montanha (Março 2019).

10. Mensagens Utópicas (Outubro 2020).

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O que não nos pertence (Março, 2018). Exposição coletiva, Ponto Ateliê: Marisa Hypolito, Andrea Tavares e Heidi Diniz.

O que não nos pertence (Março, 2018). Exposição coletiva, Ponto Ateliê: Marisa Hypolito, Andrea Tavares e Heidi Diniz.

Basílica (Julho 2018). Águas fortes de George Rembrandt Gutlich

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Imaginário (Setembro 2018). Exposição + Grafite Live AlemãoArt e Tanza Produções.

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Extremos (Novembro 2018). Pinturas de Cirton Genaro

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Casa: Modo de Usar (Fevereiro 2019). Gravuras de Heidi Diniz

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Encontros – o café como mediador poético (Junho 2019). Exposição coletiva e vivências: Fátima Lourenço, Graciela Wakizaka, Heloize Rosa, Isabel Pochini e San Bertini

Encontros – o café como mediador poético (Junho 2019). Exposição coletiva e vivências: Fátima Lourenço, Graciela Wakizaka, Heloize Rosa, Isabel Pochini e San Bertini

Retrospectiva Hannelore Jacobowitz (Agosto 2019)

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A cor como princípio | Luís Castañon Retrospectiva (Fevereiro 2020)

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Café na Montanha (Março 2019). Arte Postal na Comedoria

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Mensagens Utópicas (Outubro 2020). Textos, pensamentos e manifestos de Friedensreich Hundertwasser, organização de Pedro Augusto Diniz em parceria com a Fundação Friedensreich Hundertwasser.

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